TG35SS - Volume 1: Invocação do Herói (Einherjar Desperta) - Capítulo 1: Crianças-problema, reúnam-se! [Parte 2]
Parte 2
Kusanagi Takeru é incorrigível em qualquer
outra coisa que não o manejo da espada.
Diferente de ser fraco ou ruim, ele é apenas
incapaz.
A família Kusanagi na qual ele nasceu era uma
família de militares famosa a 300 anos atrás. Numa era em que a espada era a
mais forte, o nome da família Kusanagi ressoava em inúmeros campos de batalha.
O estilo de esgrima dos Kusanagis é único.
Quando eles eram vistos em batalha, oponentes imediatamente hasteavam uma
bandeira branca incondicionalmente.
Mas isso é história do passado.
Na era atual, o
caminho da espada é uma arte marcial inútil. Na realidade, a caneta é mais
forte que a espada, e a arma de fogo é mais forte que a caneta.
Isto, é claro, significa que a arma é mais
forte que a espada.
Espadas são as mais baixas armas, são sucatas
ultrapassadas.
- Ei, é o maluco espadachim dos
zeros-à-esquerda.
Um dos dois estudantes encostados na parede,
bebendo uma caixinha de suco, apontou para Takeru, que estava andando pelo
corredor. O estudante sorriu sarcasticamente.
- Ah, aquele tonto já veio para o treinamento
com uma faca de plástico antes.
- Avançando sem uma arma, que piada. Olha na
cintura dele, aquilo é uma espada?
Como outro dos estudantes disse, uma katana
embainhada pendia na cintura de Takeru.
Longas sobrancelhas, Boca sempre fechada,
cabelos negros com longas franjas. Sua aparência robusta pode ser comparada
diretamente à de um samurai. Ele chamava ainda mais atenção porque sua katana
fazia barulhos metálicos enquanto andava.
- Essa é uma katana japonesa, era uma das
principais armas do Japão antes da guerra.
- Aquela espada se torna inútil depois de
cortar o quê? Duas, três pessoas? Por que ele carregaria um troço como esse?
Ele é idiota?
- Ele é um idiota, por isso ele foi colocado
no pelotão dos zeros-à-esquerda.
Deboche ressoava pelo corredor, risos ridicularizantes
o alcançaram pelas costas enquanto ele transpunha o local. De costas ele
parecia composto e dignificado, pela frente ele parecia um demônio.
Seus olhos já pareciam malignos por natureza,
agora que ele está furioso, Takeru aparentava seu um homicida.
Estudantes ao redor fugiam do caminho de
Takeru porque ele estava assustador.
- ......-? Haaaaa......?!
Ele finalmente percebeu as reações daqueles ao
seu redor e se livrou da expressão demoníaca
- Nada bom, nada bom mesmo.... Paciência, Kusanagi
Takeru... Paciência... Não posso ficar irritado toda vez que eles zoarem a
esgrima.
Ele deu um longo suspiro, fazendo uma careta.
- Sou diferente do meu “eu” antigo.
Ele pousou a mão na katana pendurada em sua
cintura. Aquilo era uma coisa única para ele. Seu único caminho.
Ele estudara como usá-la a partir dos básicos
desde que era uma criança. Fora isso, seja intuição ou destreza, ele é mais
atrapalhado do que ruim propriamente dito. É horrível em literatura, nenhum
talento com pintura, suas habilidades motoras são excelentes, mas em esportes
sua orientação espacial era outra falha.
Quando se trata da habilidade com armas de
fogo ele é incurável.
Sua falta de senso para as armas é referida
como “maldição”. Ele não pode acertar os alvos em que ele mira, mas em um nível
totalmente diferente. Balas chegam a evitar o alvo não importa como ele aponte
a mira, por exemplo, a bala que Takeru atirar a uma curta distância não vai
sequer encostar no alvo. Se ele atirar a queima-roupa, por alguma obra do destino
o que lhe espera é a explosão do cano da arma contra ele.
É por isso que, para Kusanagi Takeru, sua
maestria com a espada é a única coisa restante para ele. Apenas as habilidades
com a lâmina, as quais ninguém se daria ao trabalho de elogiar, pelo contrário,
eles dirão que não tem por que usá-la nesses dias, nessa era.
Takeru se acalma e solta a mão da katana.
- Fazer o quê? Eu vou ser criticado e zoado,
mas esse é o único jeito.
Se você fosse incompetente, você não teria
entrado na Academia Anti-Magia, de alto nível. Isso significa que está bem em
almejar ser um inquisidor de alto nível. Takeru não pensa assim.
Mas ele almeja essa mesma profissão por um
motivo muito, mas muito sério.
Dinheiro.
Inquisidores são muito bem pagos.
- Para pagar a dívida deixada pelos meus
antepassados... Meus pais não estão mais neste mundo... Também pela minha
querida irmãzinha, Nenhum outro trabalho paga bem o bastante.
Takeru apertava os punhos enquanto observava o
céu por fora da janela.
- Por favor, me perdoem, ancestrais... Eu
preciso de dinheiro pra sobreviver.
Agora, diferentemente de dois anos atrás, é
tudo o que Takeru queria fazer.
Para se tornar um inquisidor, ser aceito na
Academia Anti-Magia não é o suficiente. Assim como há um vestibular para ser
aceito do ensino fundamental para o colegial, estudantes precisam ganhar pontos
para atingir duros contingentes.
Essa cota... é o maior problema.
- ...Ugh.
Takeru, parado deprimido de frente a sala,
segura seu estômago. Ele bate na porta enquanto suporta a dor de barriga.
- Pode entrar~~ - soava uma voz breve do outro
lado da porta.
- E-espere um momen-
Takeru ouviu uma voz estridente e afobada, mas
não pôde se impedir de abrir o resto da porta.
No instante em que a porta se abriu ele não
entendia nada.
- ..............
- ..............
Por algum motivo, havia uma garota-coelho na
frente dele.
Além do mais, ela estava no meio da troca de
roupas com duas concavidades brancas que eram razoavelmente grandes para sua
altura em uma condição em que eram razoavelmente visíveis. Deixando seus seios
de lado, ele olhou para as longas orelhas inorgânicas que se contraiam.
“Por que teria uma garota-coelho aqui na
escola? Essa não era uma instituição séria e solene? Talvez eu esteja
sonhando?” Tais perguntas apareciam na cabeça de Takeru.
Ele não tentava compreender. Ele se virou e
encostou a testa na parede, chorando.
Havia uma outra garota em um jaleco branco
rindo em “Puhahahahahaha!” enquanto tentava recuperar o fôlego. Takeru entendeu
a situação imediatamente.
“Aah, Isso de novo”
- Ki-Ki-ki...”
A garota-coelho corava, prestes a gritar a
qualquer momento.
A próxima frase seria provavelmente “Kyaaaa!”,
poderia se julgar a partir da expressão promissora.
Em tal situação, Takeru derramava lágrimas por
algum motivo.
- Por que é você que está chorando?!
Essa reação estava além das expectativas de
Takeru, ela logo se projetava em um chute.
Takeru, atingido na boca do estômago, voou
através da sala de volta para o corredor.
Enquanto ele se contorcia e babava, a
garota-coelho vinha atrás dele e agarrou-o pela gola da camisa.
- Por que você está chorando depois de ver
minha imagem de garota-coelho?! Pensando normalmente, sou eu quem deveria estar
chorando, não?
-...não...
- Minha aparência é tão triste ao ponto de
fazer você chorar? É tão engraçado assim? Você tá dizendo que eu não sou
atraente?
- Não... é.. isso.. Você tem um belo corpo.
- T-ta-tarado! Seu tarado! Você é um tarado!!
Sendo esganado, Takeru estava ficando azulado
e os olhos da garota começavam a se umedecer.
O motivo pelo qual ele não conseguia se
explicar direito era pelo fato de que ele cuspia espuma do canto de sua boca e
também pelos cliques da máquina fotográfica que a garota de jaleco branco
utilizava enquanto ria e recordava-os.
- Ahahahahaha, eu não esperava que você fosse
chorar, tirei umas belas fotos.
-É coisa sua de novo...! Eu disse pra parar de
fazer brincadeiras com a Usagi todas as vezes... Gah.
- Mas é poooorque ele é ruim no jogo do mico.
É um jogo com pagamento de mico para o perdedor, sabia? Assim como o nome dela
diz, a fantasia de coelhinha combina com ela, os peitões também.
- Não me envolva no seu hobby de cosplay...
- Talvez você tenha se deixado ser pego de
propósito? Você cronometrou a sua entrada para olhar o corpo da Usagi? Seu
safadinho, garoto safadinho.
- Depois de ser tão ridicularizado no
corredor, Takeru não estava com a cabeça para ficar bravo. A garota do jaleco
branco checava as fotos na câmera digital.
- O que será que eu faço com elas, eu fico
pensando. Talvez eu espalhe essas fotos nos quadros de avisos da escola. Ufu,
ufufufufu, As imagens da garota-coelhinha e do rapaz choramingante. E sem
motivo nenhum também, ufufufufu
A garota do jaleco fazia proclamações
sinistras ao mesmo tempo em que a garota seminua pulava dizendo “Pare com
isso!”.
Fora da sala barulhenta, Takeru chorava no
corredor.
Eles eram os membros do trigésimo quinto
pelotão de testes, conhecidos como “O Pelotão dos Zeros-à-Esquerda” e também a
causa da dor de barriga por estresse que Takeru tinha.
Kusanagi Takeru é o capitão do “Pelotão dos
Zeros-à-Esquerda”.
Depois de entrar no ensino médio, só há um
modo de ser promovido.
Matérias acadêmicas
gerais não são o bastante para se graduar. Com o sistema dos pelotões de
testes, você não poderá se tornar um segundo-anista ou um terceiro-anista se
você não completar um currículo.
É feito para tornar os estudantes mais
competitivos e permitir que ganhem experiências investigativas. O sistema de
pelotões de testes é o maior obstáculo a ser encarado antes de se tornar um inquisidor.
Todos os estudantes na Academia Anti-Magia são
organizados em pelotões, dentre quais alguns foram pré-selecionados e eles
devem resolver incidentes em que magia esteja envolvida.
Mesmo depois da cerimônia de abertura do ano
letivo, eles não recebem nenhum equipamento, informação ou suporte além de
partes para armas. Informação é adquirida por conta própria, desde planejamento
estratégico, até batalhas diretas, tudo cabe aos próprios estudantes.
É o conselho da inquisição que determina a
estrutura de cada pelotão. Trocar os membros do pelotão não é permitido. É um
sistema onde desastrados podem se aglomerar.
Por exemplo,
- Nós deveríamos considerar o que fazer.
Grupos como esse.
“Blam” – Esmurrando a mesa de escritório.
Membro do pelotão, Saionji Usagi.
Sentada ao lado oposto a Takeru está Suginami
Ikaruga.
O próximo é Kusanagi Takeru, que erguia a
cabeça.
- Já faz um semestre desde que fomos admitidos
no ensino médio! Seis meses! Capitão, você sabe quantos pontos já acumulamos?
-... Z-Zero, eu acho.
- Sim! Zero! Meio ano se passou e ainda zero!
Precisamos pensar em como sair dessa situação terrível.
Takeru, apertando seu estômago irritado, se
encolhia enquanto o espírito de Usagi se sobrepunha sobre ele.
Ikaruga, que estava do lado oposto, parecia indiferente.
- Você diz isso, mas com três de nós, o que
podemos fazer? Não há muitos casos em que podemos dar conta nós mesmos.
Como Ikaruga argumentava, havia apenas três
membros no pelotão dos zeros-à-esquerda. Originalmente, pelotões de testes são
compostos por seis membros e o deles possuía três espaços desocupados. Sair do
pelotão significava o desligamento da academia, apesar das posições vagas.
Uma pessoa que deixa a escola precisa estar
mentalmente doente ou ter entrado em algum tipo de religião estranha.
- Desse jeito vamos ser forçados a sair! Você
está bem com isso?
Saionji Usagi busca se tornar uma
<Dullahan>, fora suas habilidades de atiradora de elite, inesperadamente
ela é uma idiota, frequentemente cometendo erros grosseiros durante as missões
pelo seu nervosismo e medo de palco. Outras habilidades são todas medianas, ela
é esforçada, mas não é nada especial. Sincera e zelosa, mas muito orgulhosa,
ela parece ter um problema com seu nome, ficando zangada com as pessoas
chamando-a por ele
(Nota de tradutor: Usagi pode também ser
interpretado como “coelho” ao invés de um nome)
- Kusanagi é a única infantaria, fazer o quê?
Suginami Ikaruga. Pretendendo ser uma
<Regin> (Ferreiro). Conquistando as notas mais altas depois do vestibular
de admissão, tem habilidades de manutenção de armas perfeitas. Foi
imediatamente nomeada a se juntar à Inquisição, mas recusou dizendo “ Não tire
de mim a minha vida jovial de estudante”. Não é totalmente claro se ela estava
falando sério ou não. Interessa-se apenas em desenvolvimento de armas e
modificação, suas técnicas de manutenção são as melhores dos primeiro-anistas.
De dentro do pelotão, ela conhece Takeru desde seus dias do ensino fundamental.
- ...... Estou envergonhado.
- Finalmente, o “nerd” espadachim. Kusanagi
Takeru. Esperando se juntar aos <Spriggans> (Cavaleiros), habilidades de
tiro, zero. Habilidades de manutenção, zero. Habilidades na coleta de
informações, zero. Estudos acadêmicos, quase erro. Confiante com a espada, mas
com poucas oportunidades para usá-las. Quando sua espada está sendo debochada,
sangue sobe à sua cabeça, resultando em uma chance alta de sair do controle e
morrer uma morte honrável pela imprudência. Originalmente não era o capitão,
mas após a saída de dois membros, ele foi obrigado a se tornar um. Não ser
capaz de usar armas não afetou muito seu potencial de combate. Ainda agora, ele
é inútil quanto a isso.
- Não fique se desculpando assim! Você é o
capitão! Por favor aja como se fosse um!
Usagi acertou a mesa com outro “Blam”,
enquanto a face demonstrava irritação.
Takeru coçava a cabeça com um dedo
- Mesmo dizendo isso, basicamente.... Eu não
sirvo para isso.
- N-não diga essas
coisas, por favor! Não estamos em posição para dizer essas coisas! E eu nunca
vi você como inadequado para a posição de capitão!
- ---Você tem buracos nos olhos?!
- Ao lado dos dois que discutiam, Ikaruga
deixava sair uma risada alegre
- Usagi-chan
- Poderia não me chamar por esse nome? Não
coloque “-chan” nele!
- Para Usagi, parece que Kusanagi se
sobrecarregou de responsabilidades, então ela quer que ele faça o seu melhor.
- Eu não... Mas eu acho mesmo que Kusanagi é apropriado
para a posição de capitão.
- Oh? Como assim?
- Hu-Humm, ele se preocupa bastante? Ou
trabalha duro mesmo quando não dá em nada? E quando ele... Como ele se sente
quanto aos companheiros como.... Confiar, talvez?
- Qual é, não é o mesmo para você?
O rosto de Usagi ficou vermelho como um
pimentão
Vendo aquela reação, Ikaruga continuou
pressionando mais.
- Um homem que só pode usar espadas, uma
mulher que só pode usar rifles. Além do mais, ambos estão em desvantagem pela
própria especialização. São tão parecidos, vocês combinam um com o outro.
“ora, ora” Ikaruga chacoalhava a cabeça.
Usagi e Takeru olhavam-na juntos.
- O que foi, vocês dois olhando pra mim?
- Você não é ninguém pra falar!! – Disseram ao
mesmo tempo.
- Ora essa, estamos no mesmo barco então. Se é
assim, devemos conseguir trabalhar juntos muito bem.
- Por que tão positiva? – Respondiam
comicamente os dois ante a atitude composta de Ikaruga, a cena de sempre está
de volta.
E é assim que, graças aos debates sem motivo,
as atividades do pelotão zero-à-esquerda normalmente acabam por nenhum deles
fazendo nada novamente.
- De qualquer forma, estamos com falta de
informações. Tem alguma coisa nova, Kusanagi?
- Eu tenho..., Mas não espere muito.
Takeru pôs as mãos no bolso, tirando de dentro
um pedaço de papel dobrado e amassado que entregou para Usagi. Nele continha
informação valiosa que ele conseguiu reunir nos últimos dias. O estado do papel
descrevia o empenho que ele havia colocado. Verdadeiramente sangue, suor e
lágrimas.
Usagi fazia “Hmmmm” enquanto examinava as
anotações.
- Erm... Sakatake-san do quinto distrito
parece ter um vaso de planta que se move como tentáculos... Algum lugar no beco
de trás do distrito escolar tem uma parede marcada com símbolos rúnicos... toda
manhã ao acordar, os travesseiros que passam a cheirar como alguém mort-
- A planta é uma Dorme-Dorme. As “runas” são
pichações. Os travesseiros estão apenas velhos. Todas as informações podem ser
riscadas como desinformações.
Ikaruga
cortou a leitura antes da metade do papel ser lido.
- Tudo isso é inútil.
- ... Estou envergonhado mesmo tendo dado
duro.
- Isso é péssimo, tem só metade do ano
restante... Meio ano e precisamos de 200 pontos! Mesmo se confiscássemos
heranças mágicas insignificantes de classe F e classe E, de grão em grão,
galinha enche o papo e nós teríamos o suficiente. Mas não temos mais tempo para
fazer isso!
Usagi lamentava a situação incorrigível.
Takeru sentia a mesma coisa até certo ponto.
Havia uma classificação para Heranças Mágicas
e incidentes mágicos. Quanto mais poderosa a história deles, mais pontos se
ganharia com eles. F são 5 pontos, E são 10, D são 20 e C são 30. Casos mais
difíceis não são permitidos para estudantes.
“Certamente, se lidássemos com casos de nível
E e F, nós teríamos alcançado a cota. Mas agora é tarde demais, não temos tempo
o suficiente para isso. Apesar de tudo, deveríamos pegar os casos de alto
nível” – Pensou Takeru
“Mesmo sem pensar muito, esse é o único jeito
se quisermos passar”
Takeru passava a ficar tão preocupado quanto
Usagi a respeito do assunto.
- Fazer o quê?
Ikaruga acessou uma imagem 3D no computador da
sua mesa de trabalho e abriu uma das pastas. Ali havia informação de alta
qualidade escrita que Takeru nunca poderia sonhar em obter não importa o que
fizesse.
- É um do tipo irregular que deveria ter sido
acabado durante a guerra de caça às bruxas... Dados sobre uma Herança Mágica de
classe D. Não é muito da minha área mas eu vou procurar pra vocês. Ikaruga
oneesan vai tirar vocês desse problema.
- Ooooohh!! – Exclamavam Takeru e Usagi, inclinando-se
lado a lado para olhar o texto exibido na tela.
- Almejado pelas bruxas durante a guerra
inicial. Primeira edição do livro de Andolf Jaegger: <Salmos Sem-Trilha>.
Só o original e a primeira edição possuem poder mágico, presume-se que o
próprio Andolf aplicava magia a eles durante a primeira impressão. É uma
coleção de poemas sem sentido, sem senso de integridade. Quando lido o poema do
começo até o fim, é ativado a magia de poluição mental pela técnica de
encriptação mágica. Leitores enlouquecem, arrancando os próprios olhos e
cometendo suicídio por sangramento depois de morderem a língua.
- Takeru e Usagi empalideceram depois de ouvir
a descrição macabra de Ikaruga.
É uma Herança Mágica feita só para matar
pessoas. Definitivamente um caso de classe D e com certeza do tipo irregular.
Andolf Jaegger tenha muitos fãs mesmo naqueles dias, é um livro muito valioso
pela perspectiva de um colecionador.
- O original já foi selado e quatro dos livros
de primeira edição estão sob a posse da Inquisição. Um dos livros desapareceu
da cena do crime quando eles foram apreendidos. Há evidência de que o quinto
foi tomado por alguém, mas o culpado não foi encontrado ainda. Isso aconteceu a
uma semana atrás.
Os dois do lado deixaram escapar vozes de
admiração, Ikaruga continuou.
- A parte importante começa aqui. Outro dia
desses, o culpado que fugiu com o livro foi encontrado. A organização de
contrabando a qual ele pertencia foi dizimada numa varredura, uma semana atrás.
O cara está em fuga, tentando desesperadamente vender para outro grupo. A
transação está prevista para hoje à meia-noite.
- Fufu, como fui? – Ikaruga perguntou
orgulhosamente depois de ter acabado.
- Incrível, como é que você adquiriu toda essa
informação? Como conseguiu traçar a localização dele tão facilmente? Quando é
que você investigou isso, Ikaruga?
- Não investiguei. Não tem como eu
possivelmente fazer isso. Essa investigação tão aprofundada veio dos melhores
do nosso ano, o décimo oitavo pelotão.
- Como é que é?
- Toda a informação veio dos aparelhos do
décimo oitavo pelotão que eu invadi. Foi mel na chupeta.
- Espere aí, acabei de ouvir algo que não
posso deixar de notar. Como você conseguiu isso?
- Eu até mesmo mudei a data de transação nos
arquivos deles. A proteção deles contra hackers é horrível. Manutenção e
administração de dados é o trabalho de <Banshee> (espião) também,
hahahaha.
- Não venha com essa de “hahahaha”, isso não é
um crime?
- De acordo com as regras da escola, você pode
usar qualquer meio para juntar informações.
- Mesmo assim, é jogo sujo roubar algo que
alguém deu duro para conseguir.
- Tarde demais para dizer isso, tarde demais
para deixar a interrogação para os outros.
- O qu.. Mesmo assim, nós deveríamos ir ao
décimo oitavo pelotão e falar com eles sobre isso e deixar tudo com eles.
Normalmente Takeru não se importa em fazer
bagunça, mas dessa vez ele está completamente contra.
Como Ikaruga disse, roubar informações dos
outros pelotões é permitido. Takeru pensava nisso como algo muito ruim. Quando
era pequeno, havia alguém cujas maldades o traumatizaram.
Castigo vem a cavalo, foi isso que Takeru foi
ensinado, mesmo agora ele seguia esses ensinamentos.
Usagi pousou a mão no ombro de Takeru quando
ele se aproximava de Ikaruga.
- Kusanagi... Eu gosto dessa parte sua.
- Usagi... Você entende...!
- Poderia não me chamar por esse nome?! E eu quis dizer que gosto do seu lado
sensível que é contra atos ilegais, não confunda as coisas.
- Isso mesmo, você deve ser recompensado por
algo que você conquista de modo justo e limpo, é assim que tem que ser.
Takeru defendia um jeito adequado de fazer as
coisas.
Mas Usagi, parecendo encantada, aproximou o
rosto com olhos vermelhos do dele e segurou seus ombros com se ela quisesse
esmagá-los.
- Eu disse que gosto, mas agora não é hora
para isso! Não temos tempo de debater se é certo ou errado! Vamos ser completos
perdedores nesse ritmo!
Takeru já se considerava um grupo de
perdedores, mas não disse nada.
Usagi empolgada tentava convencer Takeru.
- Tudo bem por você? Você não queria fazer
algum dinheiro?
- Ugh... é verdade, eu preciso...
Os princípios de Takeru estavam fraquejando.
Realmente, ele precisava de dinheiro. Sua família tinha enormes problemas
financeiros. Também havia a situação da sua irmãzinha. Ele precisava quitar a
dívida enquanto pagava pelos custos de vida. Sendo honesto, ele queria sumir
com esses problemas nem que precisasse para isso vender a sua alma para o
diabo.
A dor de barriga de Takeru se tornava mais
intensa.
Nessa hora, a porta da divisão do pelotão se
escancarou abruptamente, cheia de força.
- Boooooooa Tardeeeeee! Criançada!
Os olhares dos membros do time foram
rapidamente atraídos para a porta.
Depois de confirmar quem a pessoa vestida de
branco era, Takeru e Usagi se empalideceram.
Parado ali, com um longo e fluído cabelo
branco e um rosto formoso. Uma pessoa para qual um plano de fundo cheio de
flores seria adequado estava na porta e avançou para exibir uma pose estranha.
Diretor da Academia Anti-Magia, Ootori
Sougetsu.
- Diretor...?!
- Deveras, sou eu, o diretor. Surpreendi
vocês? Seus corações palpitaram ao me ver? – Disse Sougetsu sem rodeios e riu
com um alto “HAHAHAHAHAHA”
“Por que a pessoa com a maior autoridade na
academia está em um lugar como esse? ”
Na situação que parecia como um sonho absurdo,
os dois estavam inquietos pensando nisso.
- Ei, ferrou, ele chegou na hora certinha, é
como se ele tivesse nos escutado agora mesmo.
- Eh? Não, espere, ainda é cedo para se
desesperar, ainda não podemos ter certeza, é só ficarmos quietinhos,
quietinhos...
Os dois cochichavam entre si enquanto suavam
frios de nervoso.
Diferente deles, Ikaruga, cantarolando em sua
cadeira, encarou Sougetsu calmamente.
- O que veio fazer aqui? Está tão desocupado a
ponto de visitar esse pelotão como se fosse um bar?
- Essa é uma expressão maravilhosa,
Ikaruga-kun! Ah, e eu sou o diretor dessa escola, talvez você não deveria me
tratar com mais respeito? – Protestou Sougetsu.
Ikaruga olhava para ele com olhos de desprezo
como se quisesse cuspir nele.
Takeru começava a suar frio.
- Eu só respeito aqueles de quem eu gosto.
Então, por que você veio aqui?
Ikaruga arremessava tais palavras em rápida
sucessão, era indesculpável o quão rude era sua atitude. A Responsabilidade por
isso recaia sobre Takeru como o capitão.
Takeru, tremendo, entrava em pânico.
O diretor considerava a resposta áspera como
divertida. Ele fez um sorriso amigo.
- Hahahaha, petulante como sempre. Nah, eu só
vim aqui para uma pequena inspeção. Afinal de contas, o trigésimo quinto
pelotão tem um certo tipo de fama.
- Entendo. Você veio ver as caras deprimidas
desses excluídos. Você andou bebendo?
- Não, não. O que chega aos meus ouvidos são
só boatos terríveis. Mas eu acho mesmo que esse é um belo pelotão.
Sougetsu andava pela sala com uma mão no
queixo e olhava para a cara de cada membro.
Primeiro Ikaruga, a qual ele já conhecia,
passou por Usagi e no fim, ele parou em frente de Takeru.
Takeru se endireitou, imóvel e sólido como uma
coluna de prédio.
Sougetsu se inclinou para tão perto que seus
narizes quase se tocaram e encarou o rosto de Takeru.
- Há quanto tempo, Takeru-kun, a última vez
que nos encontramos foi durante a cerimônia de entrada no fundamental, não foi?
- Re-realmente, diretor.
Sougetsu conversava com ele de modo íntimo e
amigável; ele era conhecido do diretor assim como Ikaruga. Ele já tinha sido
chamado para a sala do diretor antes, por volta dos tempos da cerimônia de
abertura.
A conversa que ambos tinham tido naquele
tempo... Seu peito começava a encolher enquanto ele se lembrava. Ele precisava
admitir que naquela época, Takeru era um fedelho tolo e arrogante.
Era certamente “Eu vou chutar você daí de
cima” ou coisa parecida.
Uma coisa espantosa dessas era impensável
agora.
Takeru estava incapaz de falar na frente dele,
agora. Sougetsu fez uma cara de confusão.
- Oh? Você era esse tipo de personagem? Você
costumava ter um rosto cheio de veneno nos olhos, como se quisesse me matar.
- H-hahahaha, desculpe. Acho que é porque eu
ainda estava na fase da puberdade naqueles anos.
- Eu não faço ideia do que te mudou, mas é
bom. Gostaria que acontecesse o mesmo com a minha filha.
Sougetsu ria gentilmente, como se estivesse
cuidando de uma criança.
E, novamente, por causa do visual andrógeno,
você não poderia dizer claramente se ele era um homem ou uma mulher. Para
começar, ele nunca disse claramente que era um homem (Nota de tradutor: no
japonês não há distinção de gênero em alguns pronomes e em nenhum verbo).
Ninguém na escola tinha pistas para determinar seu gênero. Não havia nada mais
misterioso que aquela pessoa. Essa era a Impressão que era passada para os
estudantes.
Depois de examinar Takeru, com um
compreensível sorriso ele concordou com a cabeça.
- Em todo caso, pelo andar dos seus pontos,
vocês nunca recebem nenhum elogio. Não vou procurar os responsáveis por isto. A
sobrevivência do pelotão de vocês, três excluídos, está em jogo. Eu também
quero evitar isso, porque eu gosto muito mesmo de vocês, pessoal.
O estômago de Takeru começou a urrar.
- E é por isso que eu preparei reforços para o
trigésimo quinto pelotão.
Um soldado de reforço. Só porque havia um
problema com o ganho de créditos, a troca de membros não deveria ser permitida.
- O que está acontecendo? Eu nunca ouvi falar
de reposição de membros. – Cochichou Usagi para Takeru.
- Mesmo se você me disser isso... Eu também
nunca ouvi falar de nada disso antes.
Enquanto Takeru imaginava, Sougetsu se virou
para a porta e disse:
- Entre.
Passados alguns segundos, ouvia-se o rangido
da porta sendo aberta lentamente.
“-------------“
Naquele momento, o coração de Takeru quase
parou.
Uma pessoa inesquecível aparecia. Alguém que
poderia ser considerado como o início e o fim de tudo para Takeru. Esses olhos
de dois anos atrás cuja escuridão possuía uma força absoluta. Força que acabou
estilhaçando a confiança de Takeru, aquela existência detestável.
Inesquecível.
A dona no cabelo que poderia ser chamado de
cor de poente, como um sol se afundando no horizonte. Uma bela garota que
aparentava ter saído de mitos.
- Ela é uma ex-Dullahan, Ootori Ouka-kun. Ela
foi transferida para essa escola por certos motivos, cuidem bem dela.
- Prazer em conhecê-los.
- Falando nisso, ela é minha filha! Somos
parecidos, certo? Tipo, como nossos narizes fofos e sobrancelhas! Como podem
ver, ela é a minha garota não importa como veja☆!
- Sou a filha adotiva. Não somos ligados por
sangue, por favor não entendam errado. – Apontou a garota chamada Ootori Ouka.
Sougetsu demonstrou um sorriso enigmático.
Ninguém sabe o que fez subir tanto a sua tensão, ninguém nunca se importou com
ele agindo assim na frente dos estudantes.
Ao lado de Takeru, Usagi, que fazia uma cara
sombria, parecia estar familiarizada com Ouka.
- Conheço Ootori Ouka, ela obteve as
qualificações para entrar na Inquisição enquanto cursava o ensino fundamental.
Levou apenas um ano e meio.
- .............
- Dita ser um gênio que também conta com
influência familiar... Foi promovida sem precisar de muito esforço... Você
também não acha?
- ..............
- Kusanagi?
Após não receber uma resposta para sua
pergunta, Usagi se virou para o lado e olhou para Takeru.
Takeru estava boquiaberto. Ele olhava Ootori
Ouka sem sequer piscar.
- Você conhece ela?
- ...Sim... Ela é minha antiga colega de
classe.
Takeru respondeu, sombrio, e amenizou sua
expressão. Usagi sentiu que havia algo a mais e voltou-se para Ikaruga. Se Ouka
estava na mesma classe que Takeru, então também estava Ikaruga, que olhava Ouka
e então perguntou suavemente para Sougetsu:
- Por que Ootori Ouka deixou de ser uma
<Dullahan> e veio para nosso pelotão? Você ignorou as regras e alistou
ela aqui... Tem algum motivo específico para isso?
- Hmm, é porque..
- Sougetsu pôs um dedo sobre sua testa
parecendo estar incomodado. Membros do novo pelotão de Ouka se aproximaram um
passo mais perto.
- Desculpa, não posso contar a razão.
- Vamos trabalhar como companheiros a partir
de agora, não é esperado que tentemos entender melhor uns aos outros?
Apesar de estar relutante em alcançar
compreensão mutual, Ikaruga ainda assim disse tal coisa.
Ouka pensou sobre por um segundo e
- Isso não tem nada a ver com vocês - Ela
fechou os olhos e respondeu claramente.
- Você não mudou nem um pouco, não? – Ikaruga
balançou a cabeça e não disse mais nada.
Parecia que as personalidades de Ouka e
Ikaruga eram incompatíveis. Ela estava impressionada com a má atitude.
Foi quando Ouka percebeu Takeru olhando para
ela.
Ele procurou desviar o olhar, mas Ouka olhava
fixamente para ele. Takeru então desistiu e falou com ela.
- J-já faz bastante tempo né, Ootori?
- ..........
- ....Como está você?
Ouka cerrava os olhos mirados em Takeru, que
havia feito a pergunta.
Takeru começou a suar só de lembrar daquele
tempo. A impressão que ele passava na época era a pior possível. Era uma luta
mano a mano mas poderia ter sido considerada como uma dura batalha. Ele foi
derrotado até que seus braços e pernas desistissem.
Eles nunca tiveram uma conversa normal, mas a
impressão inicial deve ter sido o suficiente.
- ......
Ouka olhava para ele com atenção e aversão,
como se ele fosse um predador.
“Parece que ela me odeia mesmo” – Takeru se
jogava em seu assento.
Logo depois disso,
Ouka abria a boa e dizia a ele:
- Quem é você?
*bang*
Takeru caiu de joelhos no chão e seus ombros
caíram.
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