TG35SS - Volume 1: Invocação do Herói (Einherjar Desperta) - Capítulo 4: Invocação do Herói [parte 1]
Parte 1
Deixando Takeru para trás, Ouka correu em
direção à Academia.
Gritos ressoavam por toda a cidade, determinar
quem era o inimigo era fácil para Ouka.
Mutantes que estavam
descontrolados pela cidade possuíam uma forma humanoide, estavam todos
revestidos por uma pele pálida e tinham longas línguas. Não tinham olhos nem
narizes, apenas orelhas e enormes bocas rasgadas.
- Um necromante...
Necromantes: bruxas e feiticeiros degenerados
que se especializavam em invocações. Eles usam bonecos de terra e corpos como
soldados.
Esses mutantes eram, sem dúvida, cadáveres.
Eles eram reconhecíveis pelo cheiro pútrido vindo deles, assim como pelo
comportamento. Necromantes, para poder controlar os corpos, selam certos
órgãos, já que os corpos com todos os sentidos intactos retêm certo teor de
“ego”. Por isso, olhos e narizes são selados e deixados apenas o senso de
audição.
Havia um problema muito maior que seus
sentidos, os moradores fugiam gritando cada vez mais intensamente. Parecia ser
exatamente o que eles queriam.
- Sou da Inquisição! Por favor evacuem sem
fazer muito ruído! Se gritarem, serão atacados! Tentem escapar sem fazer sons
desnecessários.
A voz de Ouka se afogava no meio dos gritos e
não pode alcançar ninguém.
- Os <Spriggans (Cavaleiros)> não
chegaram ainda.
Ouka parou de correr depois de alcançar o
cruzamento da rua principal. Ela sacou a arma estando no meio das pessoas
tentando fugir.
Ela apontou a arma para o céu e atirou sem
cessar até que ficasse sem munição. Como consequência, os corpos que perseguiam
as pessoas mudaram de alvo para Ouka,
Os cadáveres deixavam cair saliva de suas
bocas. Considerando a capacidade de movimento, os corpos estavam
definitivamente frescos. Nas pupilas de Ouka, fúria borbulhava de dentro.
- Hereges...!!
Ouka soltou um rugido e tirou outra pistola do
coldre.
Descontando todo o ódio pelos necromantes, ela
segurou a arma horizontalmente e alvejou os corpos um atrás do outro.
Assim que as balas acabaram ela pulou e
executou um Roundhouse Kick explosivamente forte em um dos mutantes.
O inimigo não caia.
Ouka usou o impulso do golpe para chutá-lo novamente no queixo. Ela tirou um
cartucho de balas do cinto de equipamentos em sua perna para carregar suas
armas.
Ouka atacou o inimigo implacavelmente, fazendo
chover balas e chutes nos inimigos.
- .......
Todos os corpos que estavam no cruzamento
foram limpados em um piscar de olhos. Ouka recarregou suas armas novamente e
verificou, ainda vigilante, ao seu redor.
Não havia mais ninguém ali, os mutantes
estavam inertes até o momento e restavam apenas os corpos das vítimas dos
mutantes.
Mas novos oponentes se levantaram, gemendo
como se estivessem em sofrimento.
Mas desta vez não eram os seres com que Ouka
havia lutado antes. Eram as pessoas mortas pelos mutantes que se levantaram.
A pior coisa sobre os necromantes é que a
magia liberada era contagiosa. Humanos mortos pela mordida dos demônios
necrófagos eram revividos como o mesmo tipo de demônio.
Ouka se encontrava em uma cena que parecia ter
saído de um filme de terceira categoria nos anos 50.
Quando ela se preparava para o segundo
assalto, tiros foram ouvidos e as balas vindo de trás acabaram em poucos
segundos com os corpos se levantando.
Eram os reforços: os Spriggans, que finalmente
haviam chegado na linha de frente. Alinhadas em frente a Ouka, estavam
motocicletas de combate e os Dragoons feitos com tecnologia ponta de linha.
Um dos inquisidores que pilotava uma moto
parou do seu lado e desligou o motor.
- Você é uma estudante e parte de um pelotão de
testes, é? Deixe esse lugar conosco e volte rápido para a Academia.
O homem, que parecia ser o capitão, ordenava
pomposamente, mesmo depois de ter chegado atrasado.
Ouka quis reclamar, mas ao mesmo tempo queria
fazer algumas perguntas para entender melhor a situação.
- O alarme foi ativado, então além de
Spriggans, devem ter Dullahans sendo despachados, certo? Onde eles estão?
- Sei lá, só recebemos ordens para nos
livrarmos dos demônios necrófagos da cidade, só isso.
O inquisidor desceu do veículo e ordenou cada
subordinado seu enquanto segurava uma pistola em uma das mãos, sem prestar
atenção em Ouka.
- Os inimigos não são apenas demônios
necrófagos ou necromantes. Não faria sentido haver explosões se fosse assim.
Você sabe de alguma coisa sobre o que está acontecendo?
- Sei não. Mas um dos meus homens tem seus
contatos e pelo que ele diz, parece que...
Depois de gritar mais alguns comandos para
seus homens, ainda segurando a arma, ele virou de costas para Ouka e disse:
- Parece que
<Eienherjar (Herói)> apareceu.
Herói, aquela palavra tirou todas as palavras
da boca de Ouka.
# Academia Anti-Magia – Sala do diretor #
Olhando de uma janela alta para o terreno da
Academia abaixo, que estava começando a ficar agitado, Sougetsu ligou o rádio
com qual a mesa estava equipada.
- Então? Como é que está?
Os Spriggans que foram despachados
anteriormente entraram em contato.
- Está
cheio de gritos de agonia, quer ouvir?
- Por favor.
*bshht*, depois de um som indicando a troca
de equipamento de comunicação, um ruído terrível atingiu o ouvido de Sougetsu.
Berros misturados com outros sons, levou certo tempo para perceber que eram
vozes humanas.
- Aqui é
o oitavo esquadrão dos Spriggans! Os inimigos não são só demônios necrófagos!
Repito! Não são só demônios necrófagos! Pedimos reforços urgentemen- Aaarghh!!
A comunicação foi trocada de linha novamente.
Desta vez, podia se ouvir o som de entulho metálico e uma respiração leve no
fundo.
- Urgente...
Dullahans... pedindo por reforços. O inimigo... As armas anti-magia não estão
funcionando... O oponente é produto de magia de invocação... Achamos que seja o
<Eienherjar (Herói)>... Ele tem uma Herança Mágica...
-
...........
- É a
minha primeira vez vendo... Magia desse calibre... Onze... Cavaleiros... Todos
de uma vez... O... Herói... Com certeza...
Um som de chiado, como se fosse estática.
As palavras do inquisidor não podiam mais ser
ouvidas, logo depois de um rugido enorme, a conexão foi interrompida.
Sougetsu ficou de pé, perplexo e com os olhos
arregalados de surpresa.
- Isso é
tudo. Foi a última transmissão dos Spriggans, agora eu vou projetar uma imagem
no monitor.
Uma enorme tela branca desceu cobrindo as
janelas como uma cortina e um projetor surgiu para iluminar o telão com
figuras.
Na imagem, havia um gigante vestindo uma
armadura, dourada em seu peito... O monstro parecia com um enorme manequim
artificial.
- O que
você acha, Diretor?
- ...
Sim, sem dúvidas. Seu corpo material é uma outra coisa, mas o inimigo é um
<Eienherjar (Herói)>. Uma entidade muito poderosa mesmo.
Depois de pronunciar “Herói”, Sougetsu
estremeceu.
- “<Eienherjar(Herói)>”...
Para o comitê da Inquisição, esse tipo de
organismo mágico é considerado um ser do passado.
Durante a guerra de caça às bruxas, uma
feiticeira hostil usou uma certa magia de invocação.
Era uma das três magias de invocação
impossíveis de serem recriadas nos tempos modernos:
<Invocação de Herói>; <Invocação de
lenda>; <Invocação de Mito>
Um deles, <Invocação de Herói>, é uma
magia que foi utilizada pela última vez a 150 anos atrás. Entre as bruxas, é
uma magia proibida que apenas os hereges com enorme talento são capazes de
usar.
Durante a era na qual o mundo inteiro estava
sob o risco de infestação de criaturas fantásticas, o uso dessa magia não era
incomum. Haviam muitas pessoas cujo poder estava par com o do próprio Deus,
suas histórias épicas eram passadas de geração a geração após suas mortes e no
mundo atual, eram como contos históricos.
No meio da guerra, as bruxas conseguiram
revivê-los e espalhar violência com isso ao botá-los como lutadores de
vanguarda. Essa magia de invocação requer dezenas de milhares de vidas
inocentes como sacrifício, quase todas elas foram tiradas a força.
Não é uma magia que pode ser usada por uma
pessoa qualquer. Mas naquele momento, ela havia sido revivida mais uma vez.
Os ombros de Sougetsu estremeceram... enquanto
ele começava a rir.
- ..huhuhu,huahahahahaha! Um herói, tiraram
essa do fundo do baú! Como diabos a <Valhalla(Culto Ilusório)> Invocou
uma coisa dessas?!
Não haviam relatórios que falavam da morte de
dezenas de milhares pessoas nos anos mais recentes.
Não fazendo ideia de como eles conseguiram o
sacrifício, Sougetsu gargalhava e segurava sua barriga.
- ...essa é ótima, quanta nostalgia. Está
começando e ficar mais interessante, eu fico pensando se eles vão começar com
outra guerra estúpida como aquela em que tanta gente foi massacrada.
Dentro dos olhos de Sougetsu residia uma certa
insanidade.
O secretário com quem ele estava se
comunicando estava confuso.
- ...Humm,
Diretor? O que vamos fazer? Mesmo que seja bastante lento, ele ainda está
caminhando em direção à Academia Anti-Magia.
- O objetivo deles é provavelmente a torre com
as Heranças Mágicas seladas... não, deve ser a área proibida onde as bruxas
estão sendo mantidas... Bem então, o que fazer~? Contra um herói, <Spriggans
(Cavaleiros)> não são o suficiente...
Foi quando Sougetsu estreitou os olhos e
mostrou um sorriso do gato se Cheshire.
- ...Aah, é verdade. Temos “aquilo”, não é que
ele é mesmo o cara perfeito para isso? De fato. É uma excelente oportunidade
para acordá-lo.
-
Diretor?
- Me ligue com os alto-falantes de toda a
academia e todos os comunicadores.
- S-sim
senhor. Serão as ordens de evacuação?
Respondendo o secretário confuso, Sougetsu
disse:
- Evacuar? Não diga besteira.
Em uma resposta áspera,
- Nós não queremos desperdiçar esse grande
potencial de batalha, queremos? Temos recursos humanos para formar um muro ao
redor da Academia.
Depois do secretário perceber quais eram as
intenções de Sougetsu, ele até tentou protestar.
- Diretor,
isso não é exagero?! Você deveria chamar os <Dullahans> e autorizar o uso
de Comedores de Relíquias imediatamente!
- Mas é claro que eu vou chamá-los, mas só se
a coisa sair do controle, porque é só um mero herói qualquer. A bruxa de alto
nível com certeza é mais perigosa, mesmo se usarmos Comedores de Relíquias.
- Então
por que... Por que usar estudantes?! Eles ainda não são parte da Inquisição
ainda!
OS gritos do secretário não alcançaram
Sougetsu.
- ...Bem, eu imagino se o garoto e a garota
firmarão o contrato um com o outro direitinho.
Não havia nada nem ninguém que poderia parar
mais aquela gargalhada.
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