TG35SS - Volume 2: A Luta da Bruxa - Uma Batalha Pela Esperança: Capítulo 4 - Torneio de Batalhas Simuladas [Parte 1]
Parte 1
Cinco minutos se passaram desde que Ouka havia
se juntado a Mari e Takeru no caminho de volta para casa.
- Ficar na minha casa?! Por quê?!
Takeru levantou a voz depois de ouvir a
situação de cada uma das duas.
- Em razão da transferência repentina e fora
do protocolo, não há vagas no dormitório feminino da academia. O pelotão pode
proteger ela por mais tempo, diminui o risco de ser descoberta por outras
pessoas e contanto que ela use o Gleipnir, não há problemas em sair para fora
do campus... ou pelo menos é isso que o diretor diz. – Explicou a insatisfeita
e pouco convincente Ouka.
- Então por que precisa ser o meu apartamento?
- Saionji vive com os pais e não há espaço
nenhum com Suginami. A garota não quer ficar comigo e o sentimento é mútuo.
- ... Vocês se dão muito mal mesmo, não?
- Não se preocupe, Kusanagi. Não vou te deixar
sozinho com essa bruxa. Vou acompanhar e monitorar vocês pra me certificar que
você não seja atacado durante a noite.
- Não vou atacar ele! – Respondeu Mari,
andando do lado esquerdo.
Estando um pouco nervoso, Takeru olhou para
Ouka e perguntou:
- Ootori, você... Vai vir junto também?
- ...Não posso..? – Perguntou Ouka
timidamente.
- N-não é nada disso! pode sim!
- Hm. Bem, então grata pela hospitalidade. Não
se incomode, eu trouxe meu próprio saco de dormir comigo.
Ele então entendeu o que era a sacola que Ouka
carregava nas costas.
- Bom, não é como se eu não quisesse vocês,
mas eu sou meio pobre e o lugar é bem pequeno.
- Tudo bem. Eu já sabia disso e vim preparada.
“Ela decidiu vir aqui a alguns momentos atrás,
por que ela veio preparada? Aliás, tá tão na cara que eu sou pobre?”
Takeru estava um pouco triste com isso.
- Então Takeru vive sozinho... num apartamento?
- É. Uma kitnet pequena mas dá pro gasto.
- Bem normal. Não parece ser um mau lugar para
morar. Falando nisso, quanto é o aluguel?
Em resposta a Ouka, Takeru levantou três
dedos.
- ...trinta mil? Isso é bem barato. (NT:
aproximadamente R$800)
- Não, três mil. (NT: aprox.R$80)
- Três mil?! x2
É baixo demais, não tem como um apartamento
ter um aluguel desses, foi o que as duas pensaram.
Ver as duas surpresas deixou Takeru orgulhoso.
- Hehehe, um belo negócio, não? Eu achei
depois de revirar todo canto da cidade por uma semana inteira.
- Erm... Isso não é estupidamente barato
quando se compara os preços normais? – Perguntou Mari.
- Hm? É, agora que você mencionou a faixa de
preço fica em torno de cinquenta mil, não? Por que será...? (NT: Aprox. 1.300)
Enquanto Takeru caminhava e perguntava para si
mesmo, Ouka mostrou um sorriso nervoso, ficou pálida e não disse mais uma
palavra sequer.
- Isso... Com certeza é um lugar amaldiçoado. Deve
ser um quarto onde alguém cometeu suicídio ou fantasmas aparecem no meio da
noite.
- Ahahahahaha. Esse tipo de coisa não existe.
Você deve ter assistido muitos filmes de terror. Sem magia de invocação não vai
vir alma nenhuma.
Takeru despreocupadamente rejeitou as
fantasias de Mari.
As duas seguiam Takeru ainda que um pouco
nervosas. Ouka sequer abriu a boca desde que ouviu falar no preço do aluguel. Um
pouco mais distante, ela acompanhava os dois, olhando cegamente para o chão.
- Chegamos. Esse é a minha residência.
Ambas olharam para onde Takeru apontava.
À primeira vista parecia ser um complexo de
apartamentos normal. A aparência geral era bastante ordinária exceto o quarto
mais distante no segundo andar, que era um pouco estranho.
*Graaaaah* *Graaaaaah* *nheeck*
Pássaros pretos sentavam na janela soltando
gritos e choros assustadores. Apesar de não haver ninguém dentro, ouvia-se um
rangido vindo de lá.
- Com certeza é um lugar mal-assombrado!!
- Onde?
- Que fumaça preta estranha é essa?! Eu quase
consigo ouvir uns gemidos junto dela?!
- Deve ser o sistema de ventilação dos
quartos.
- E esses pássaros trazendo um mal agouro?!
- São só corvos. Eles furam nossos sacos de
lixo então o vizinho tá meio irritado ultimamente.
- Corvos não têm tamanho de urubus! E não tem
ninguém dentro, mas eu ouço claramente rangidos vido daí, o que é isso?!
- O isolamento acústico sempre foi um
problema, hahahaha.
Mari olhou impressionada para Takeru.
- Não sei se te elogio pela coragem ou xingo
pela ignorância. – Sussurrou Mari.
- Hm? Ootori, o que houve? Por que você ficou
parada aí? Vamos entrar.
Ouka notou o apartamento para qual Takeru
apontava e congelou no lugar. Ter seu nome chamado fez sua cabeça de virar com
um movimento parecido com uma peça enferrujada.
- P-pois não? Em que posso ser de ajuda?
- ...Qual é a da formalidade?
- Não há n-naada com o-oque se preocupar,
senhores. Está tudo dentro dos conformes. Não há um traço sequer de medo ou
receio em minha p-pessoa.
Ao olhar para o estado
de Ouka, tremendo e batendo os dentes, ainda que Takeru e toda a sua lerdeza
não conseguissem notar, Mari percebeu o que havia de errado com Ouka e sorriu
maliciosamente.
Ela se enrolou nos braços de Takeru e disse:
- Você poderia apenas voltar, sabia? Eu não
ligo de ficar aqui sozinha com o Takeru.
- Tsc..!
- Mas, uma aluna-modelo como você ficar
assustada com fantasmas.... Por essa eu não esperava...
- N-não faço ideia sobre que você está
falando! Esse... Esse tipo de coisa não é nada para mim!
Dizendo isso, Ouka se pôs a andar em direção
ao apartamento com o peito cheio.
- Uuuhhhh... Hnmnnnmmm...
Ver Ouka tremendo e incapaz de subir as
escadas para o segundo andar faz Mari rir contente.
- Hi hi hi, não tente o impossível. Volte se
for medonho pra você. Vamos, pode ir pra casa.
Olhando para o relógio, Takeru se virou para
as duas e perguntou:
- .... Eu não entendi direito como vai ser,
mas vocês duas vão passar a noite aqui ou só a Mari vai? Como ficou decidido?
Mari se surpreendeu por um momento. Ela pousou
a mão no queixo e pensou calmamente por um instante.
“Sem Ouka. Sozinha com Takeru. Passar a noite
junto com um garoto. ”
O rosto de Mari se avermelhou levemente.
- N-não ... isso é um pouco.... Ah, o que será
que eu faço~~...? Eu não sou experiente... A gente nem está oficialmente saindo
juntos...nos conhecemos ainda hoje e de repente isso é meio...
- Hm? Não sei sobre Ootori, mas Mari vai
ficar, certo? Pode entrar então. Aqui, toma.
Takeru tirou algo do bolso e deu para Mari.
- ...A chave? Mas pra quê?
- Sinta-se em casa. Se bater a fome, tem um
supermercado virando a esquina. Cozinha e banheiro devem estar limpos pra usar
e caso não queiram usar minha toalha, deve ter algumas pra comprar na loja de
conveniência do outro lado da rua. Vocês trouxeram dinheiro?
- E-espera aí. Por quê? Eu vou ficar aqui
sozinha? E você? Esse aqui é o seu apartamento, não?
- Tenho o turno da noite no meu trabalho.
Volto depois das duas da manhã, então podem ir dormir quando quiserem e se
importem comigo.
- Trabalho? Até as duas da manhã?! Você fica
bem com essa rotina? Como o seu corpo consegue?!
- Ah, meu corpo é bem resistente por causa do
meu treinamento. Já me acostumei – disse Takeru com um leve sorriso.
Ele era um estudante autônomo. Ele precisava
de dinheiro para pagar as dívidas dos seus familiares e para o bem de sua
irmãzinha. O motivo para ele querer entrar na Inquisição era o dinheiro, afinal
de contas.
Takeru checou o relógio com um olhar preocupado
e se virou para a saída.
- Melhor eu não me atrasar. Usem o meu quarto
como quiserem.
Takeru correu para fora enquanto acenava para
as duas.
Mari fora deixada onde estava, imóvel.
- ..................
Depois de ouvir a conversa dos dois, Ouka
voltou a se mover em direção à porta.
Foi quando Mari agarrou seu ombro
- Q-qual é a sua? Eu vou voltar assim como
você disse, me solte.
- N-não me deixe sozinha.
Com os olhos cheios de lágrimas, Mari se
agarrou em Ouka, que não estava em um estado muito diferente.
- É a sua missão, não é? Você tem que me
proteger direito!!
- Por que é só nessa hora que você diz isso?!
Eu quero é ficar o mais longe possível desse lugar!
- Eu também não quero ficar em um lugar como
esse, mas eu não tenho escolha porque ele deixou a chave comigo!
- Então cumpra o seu papel e fique aqui
sozinha! E-eu vou embora!
- Sua sem-coração! Você não vai fugir daqui!
- Solta! A! Minha! Mão!
Iluminadas pela fraca
luz do crepúsculo, as duas causavam uma enorme comoção.
Mas no final, ambas ficaram juntas na casa de
Takeru.
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