TG35SS - Volume 2: A Luta da Bruxa - Uma Batalha Pela Esperança: Capítulo 5 - O Riso do Necromante [Parte 7]
Parte 7
- É tudo… culpa minha.
Sussurrando depois de reaver sua memória, Mari
se levantou em seguida.
- Como se sente? Você lembrou de tudo? –
Haunted perguntou ansiosamente.
Mari não respondeu. Suas lembranças voltaram e
ela encarava o infinito.
Como os olhos poucos focados, ela se manteve
ajoelhada no lugar.
Cobrindo o rosto com ambas as mãos, ela
conseguia sentir o peso dos seus seus atos esmagando-a.
- Ah, que ótimo. Você se lembra de tudo mesmo!
Viu, eu e você somos muito parecidos, não?
- Uuuuuhh... Uwaaaaaaa....
- Você me ajudou a invocar o Herói. Enquanto
eu recolhia corpos, você observava pelos cantos. Você é tão responsável pelo
pelo ataque quanto eu.
- AAaaaAAAAaa....
- Está tudo bem, eu não culpo você, sabe? Isso
aconteceu porque você quis salvar as crianças do orfanato, não? E é por isso
que você cooperou comigo.
- Eu... O que eu fiz?
- Mari-san, você estava desesperada, não
estava? Trabalhando duro para resgatar sua família... Mesmo que significasse
sacrificar outras pessoas, você quis salvar aqueles importantes para você.
Haunted gentilmente elogiava Mari a sua
própria maneira.
Ele mostrava uma expressão benevolente como um
verdadeiro clérigo.
- Mas é exatamente por isso que Mari-san é
igual a mim. Você coloca as pessoas que conhece e as desconhecidas em uma
balança e vê quais delas são mais importantes. Elege os mais preciosos e o
resto irrelevante é abandonado. Mas
enquanto eu estava coletando corpos, Mari-san se preparava para fugir de mim.
O homem com uma expressão benevolente
despedaçava o coração de Mari a cada palavra dita.
- Olhe? Não é mesmo? Não somos iguaizinhos?
Mari carregava um sorriso distorcido que
concretizava o desespero. Ela continuava a dizer “Me desculpem” murmurando
repetidamente.
Durante sua vida no
Orfanato, Mari fora ensinada a maneira correta de se usar magia pela diretora
do orfanato.
“Acreditem em mim e me esperem, crianças.”
E ela fez tudo aquilo às custas de pessoas
inocentes.
Quando cooperava com ele, Mari sempre fora
realista sobre o assunto.
Decidindo por conta própria trabalhar para
eles, mesmo que signifique fazer o mal, ela estava convencida.
Mas, depois de perder a memória uma vez e
conhecer Takeru e as outras, suas lembranças vieram como uma avalanche e de
repente a verdade parecia ser pesada demais, insuportável. Ela não estava na
situação de vítima.
- Mari-san é mesmo muito gentil... Para mim,
ver sua dor e decepção é tão doloroso quanto divertido. Então, para tirar
apenas essa minha dor, você voltaria para Valhalla comigo?
O rosto de Mari, que emanava sofrimento, se
voltou para Haunted.
Haunted abriu os braços, convidando Mari.
- Apesar de ser contra as ordens dos caras lá
de cima, vamos ver as crianças do orfanato assim que voltarmos. Se ficarmos
aqui por mais tempo, vamos começar uma briga, certo? Ah, e aquele garoto de
agora a pouco, se você só vier comigo eu não vou precisar matar ele e todo
mundo sai ganhando.
- .............
- É só voltar para mim outra vez.
Sorrindo feito um santo, Haunted estendeu a
mão para ela.
- Você não quer que ninguém morra por sua
causa novamente, quer?
Mari estava paralisada sem saber que cara
fazer. Ela pensou que não importa o que ele faça, Takeru não conseguiria vencer
aquele homem. Se aquilo continuasse, uma bruxa como ela mataria todos do pelotão
dos Zeros-à-Esquerda.
O clérigo, mesmo que mari resistisse, faria
qualquer coisa para alcançar seus objetivos. E era exatamente por isto que ele
foi mandado para tal pela Valhalla.
Ele era um homem que se divertia com
sofrimento alheio, celebra ao ouvir choro e mataria par sentir alegria
delirante.
Mari se levantou com dificuldade e passou a
caminhar, desesperançosa.
Começou a andar em direção à sua fonte de
sofrimentos.
Sem se virar, Mari disse para Takeru:
- No final eu não era mesmo... A pessoa que
você achou que eu era.
Ela não pediu por ajuda, proteção e continuou:
- Me desculpa, Takeru... Eu traí suas
expectativas em mim... Eu sinto muito mesmo.
E aquelas foram as melhores palavras de adeus
em que Mari conseguia pensar.
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