TG35SS - Volume 2: A Luta da Bruxa - Uma Batalha Pela Esperança: Capítulo 6 - A Força Daqueles que Suportam [Parte 3]
Parte 3
Takeru usou quase toda a sua força física. Ele
estava de pé, parado em um estado muito além de seus limites.
Sentindo sua consciência evaporar, ele olhou
para a frente, verificando a situação.
Viu em suas mãos, a espada que naquele momento
perfurava o coração de Haunted até a base da lâmina.
- Haaa... Haa..... E-eu venci.
Ele queria ter um rosto mais apropriado para
celebrar sua vitória, mas os músculos de sua face não se moviam adequadamente.
Haunted estava queimando a partir do lugar em
que ele foi perfurado e seu corpo inteiro estava a se transformar em cinzas,
afetado pela magia de Mari.
“Ele está morto. Não tem como ele sobreviver a
isto.”
Takeru pensou aquilo enquanto estava prestes a
se jogar de costas.
O feiticeiro então começou a se mover, com a
espada ainda atravessando seu peito. Ele olhou silenciosamente para o rosto de
Takeru.
- S-só pode ser mentira...
Takeru estava sem palavras ao ver aquilo.
Mesmo com o coração perfurado, seu órgão mais vital comprometido e seu corpo se
vaporizando, lá estava seu inimigo.
Por que, por que ele estava vivo?
A face carbonizada de Haunted mostrou um outro
tipo de sorriso.
- ...Garoto. Seu nome é...?
Totalmente diferente de seu tom de voz
anterior, ele soava sério.
- Kusanagi... Takeru.
- Kusanagi...? entendo. Aquele clã de
exterminadores de demônios.
- ...! Ei, o que você sabe da minha família?!
Uma risada saiu da garganta de Haunted e seus
dentes se expuseram em um grande sorriso.
- Vou me lembrar de você, Kusanagi Takeru-kun.
Não vou me esquecer desse incrível encontro.
Takeru engasgou e suas pernas vacilaram.
[ - Hospedeiro, por favor se afaste.]
Assim como lhe foi instruído, ele retraiu a
espada e se distanciou de Haunted.
Da mesma forma que aconteceu com Yoshimizu, um
pântano negro surgiu sob os pés do feiticeiro.
Haunted afundou no líquido negro lamacento
enquanto acenava, despedindo-se de Takeru.
Depois de desaparecer completamente, todas as
forças deixaram o corpo de Takeru e ele caiu para frente do jeito que estava.
Sentindo os cantos de sua visão escurecendo,
ele repetiu as palavras de Haunted em sua cabeça.
“Clã de exterminadores de demônios, Kusanagi.”
Era algo de qual ninguém na era moderna sabia
sobre. Um conto de fadas do passado.
.......................
- Keru... Takeru...
Quando sua consciência foi puxada de volta
pelos chamados, o céu já estava tingido com o pôr do sol.
Takeru olhou para a origem da voz.
- ...Ma...Ri.... – gemeu o rapaz.
Mari, despreocupada, sorriu gentilmente para
ele.
- Takeru... Obrigada.
- ............
- Graças a você estar ali... Eu não vou mais
cometer os mesmos erros.
A imagem de Mari tingida pelo laranja do sol
parecia, de alguma forma, fugaz.
Como se ela pudesse desaparecer a qualquer
instante.
- Sobre o que você me disse antes... eu vou levar
comigo para o resto da minha vida.
- Ma...Ri.
- Não importa onde estiver... mesmo com meu
espírito na completa escuridão, eu... Nunca vou me esquecer.
Takeru tentou tocar Mari.
Ele se esforçou para erguer a sua trêmula mão
direita, mas não tinha nenhuma energia para isso.
Se aproximando com uma corrida, um vulto
desconhecido apareceu pelo ombro de Mari.
Ele ouviu a voz de um inquisidor dizer:
- Nikaidou Mari. Você está presa por uso não
autorizado de magia.
Um colar e várias algemas foram colocadas nela.
“...Não...”
Takeru tentou se mover desesperadamente.
“...Não a levem embora...”
Em seu desespero ele não sentia mais nenhuma
dor.
Ele colocou toda a força que tinha em seu
peito e gritou:
“ - ...Mari...!”
Ela se virou para Takeru, mostrando lágrimas
nos olhos... e um sorriso triste em seu rosto. Ela então gritou:
- Ainda bem que eu pude conhecer todos vocês!
Alegre e com lágrimas, ela se despediu de
Takeru. Empurrada por um inquisidor, Mari se virou de volta e seguiu
caminhando.
Takeru e sua visão embaçada capturaram um
vislumbre de sua imagem partindo.
Sua visão escureceu e sua mão caiu no chão.
Ainda gritando o nome de Mari em sua mente, a
consciência de Takeru despencou para o abismo.
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