TG35SS - Volume 2: A Luta da Bruxa - Uma Batalha Pela Esperança: Capítulo 5 - O Riso do Necromante [Parte 6]
Parte
6
“A magia não é para
machucar pessoas. É algo que leva felicidade para elas”. Esse era a máxima que
Mari carregava com orgulho.
Nikaidou Mari era de
um orfanato localizado na fronteira.
A Fronteira era a periferia moderna. Em
detrimento do desastre da <Praga Intangível> como consequência da Guerra
de Caça às Bruxas, regiões chamadas de “Santuários” apareceram.
Ruinas do que antes eram cidades se espalhavam
por toda a borda do santuário e nenhuma pessoa normal escolheria viver em
lugares como aquele.
Porém, a confusão e o pânico perduraram muito
tempo depois da guerra por reconstruções, refugiados, reorganização política e
econômica e defesa dos santuários. Isso fez com que a desigualdade se agravasse
e os pobres ficassem sem lugar para ir, forçando-os a se abrigar nas ruínas
perto dos extremos.
Mesmo 150 anos depois, ali era o lugar onde o
obscuro se reunia.
A instituição onde Mari fora criada era um
abrigo para humanos apesar de estar na fronteira.
A diretora do lugar aceitou Mari de braços
abertos, mesmo sabendo que ela era uma bruxa consideravelmente poderosa. Todas
as outras crianças do orfanato eram mais novas que Mari e apesar de todos darem
trabalho, Mari os amava como verdadeiros irmãos.
No entanto, eram todos muito pobres.
Por isso, Mari usava magia para fazer todo
tipo de trabalho sujo, ganhar dinheiro e ajudar seus “irmãozinhos” e
“irmãzinhas”. Ela tolerava pessoas más, ganhava dinheiro perigoso e não se
sentia contrária em fazer tais coisas.
Quando a diretora ficou sabendo da situação,
ela não aprovou nada disso. Veio à Mari e com uma cara triste, disse:
- Quando você faz o mal para alguém, esse mal
volta para você no fim, querida. Ainda que não se machuque com isso, você
machuca nossos sentimentos. Quando usar magia, não use para o mal. Use para
fazer boas coisas.
- ................
- Sabe, a magia não é para machucar pessoas. É
algo que leva felicidade para elas.
Deste momento em diante, Mari carregaria
aquelas palavras com orgulho.
Ela ganhava uma quantia decente de dinheiro,
mas mesmo que continuassem pobres, os dias felizes continuaram por um tempo.
Porém, eles não durariam muito.
Em um certo incidente, Mari perderia tudo.
Para preservar sua própria identidade, um dos
antigos clientes de Mari quis silenciá-la de uma vez por todas e portanto,
iniciou um incêndio no orfanato.
Seja por sorte ou azar, Mari não estava lá no
momento do incidente, mas quando ela finalmente chegou em sua casa, ela
enxergou apenas um mar de chamas.
“É tudo culpa minha”
Mari se acusava.
- Foi tudo por minha causa.
E continuava a se flagelar por isso.
Com o orfanato em chamas refletindo em seus
olhos, quando sua vontade de viver queimava até sobre cinzas, quando ela estava
perdendo tudo o que tinha e estava a beira do abismo...
Aquele que aparecia era... Haunted, da
Valhalla.
- As crianças deste orfanato estão sob a
proteção do nosso Culto Ilusório: Valhalla. Se quiser ve-los, nos ajude.
Era como se fosse uma chantagem. Haunted disse
que as crianças estavam seguras mas a provocou ao deixar que Mari ouvisse suas
vozes e como ela realmente queria vê-los seguros, Mari ingressou na Valhalla.
Não havia escolha para ela, Mari não podia
recusar.
Para o bem do orfanato, Mari sujava as mãos
com qualquer coisa além de sangue. Ela feriu incontáveis pessoas, fraudou
vários, ela não conseguia nem se lembrar de quantos.
Porque ela sempre desviava os olhos durante.
Mas ela eventualmente veio, a realidade que
ninguém pode ignorar.
Foi alguns dias depois de receber as ordens
para recuperar os fragmentos de <Excalibur>.
O dia em que o Herói atacou... a cidade
envolta em gritos e agonia.
- Não deveria... Ser assim!
Nenhuma desculpa no mundo justificaria ou
perdoaria seus atos. O desespero nos olhares das pessoas morrendo eram
carrascos de sua culpa.
- E-eu preciso ajudar de algum jeito... Por
minha causa, todas essas pessoas estão...!
Adultos, idosos, jovens, crianças, bebês,
foram todos indiscriminadamente mortos.
Ela salvou uma criança pequena que estava
debaixo do corpo de sua mãe. Ela havia protegido sua filha de concreto que
caia.
A criança ainda respirava e Mari viu que poderia
salvá-la. Mas a esperança de resgatar uma vida logo se corrompeu em choque e
decepção.
Os olhos do bebê que se fechavam no peito de
sua mãe voltaram se para Mari. A pele do infante não tinha mais a coloração de
um humano e podia se ver veias saltando por todo o seu corpo.
- Ma...ma...
O pobre recém-nascido havia se tornado um
demônio necrófago e ainda assim chamava por sua mãe. O coração de Mari se
despedaçava.
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