TG35SS - Volume 2: A Luta da Bruxa - Uma Batalha Pela Esperança: Capítulo 2 - Bruxa Matriculada [Parte 2]

 

                                                                Parte 2

 Depois de deixarem a sala do diretor, Takeru quis apresentar os outros membros do pelotão e mostrar a academia, no entanto...

 - Posso fazer isso eu mesma, poderiam me deixar sozinha? – Foram essas as primeiras palavras que Mari disse a eles.

 Os membros do pelotão dos Zeros-à-Esquerda se solidificaram. Era algo que Takeru, no fundo, já esperava.

 - Mas... Não era para nós escoltarmos você?

 - Não importa, me proteger ou coisa assim. Não é como se eu tivesse pedido por isso mesmo, além do mais, eu nunca pedi para estar aqui.

 Mari falou aquilo enquanto colocava as mãos no bolso, sem fazer contato visual.

 Em resposta a atitude, a fúria dos colegas de pelotão disparou a níveis perigosos.

 - Não vou fugir, então podem me deixar em paz. Ficar junto de vocês me irrita, só isso.

 Com um olhar de menosprezo, Takeru se encolheu.

 “Isso provavelmente vai ser mais trabalhoso do que quando recebemos Ouka” – Pensou Takeru.

 Olhando para trás, Takeru sussurrou para os outros membros:

 - O-oque fazemos sobre isso?

 - Qual o problema em deixar ela fazendo o que quiser? Com o Gleipnir ela é o mesmo que uma pessoa normal, não? Por que temos que proteger uma garota dessas? – Disse Usagi.

 - Não é por ser bruxa, o problema com ela é a personalidade mesmo. Me parece ser um saco ter que lidar com ela, também voto em a deixar sozinha. – Argumentou Ikaruga.

 “Bem, a posição das duas já era mais ou menos previsível. ”

 - Nós obviamente não podemos fazer isso, o que vocês estão pensando?

 Aquilo veio de Ouka, que, de braços cruzados, repreendia os outros membros.

 - Estamos oficialmente em missão, como Inquisição, não podemos permitir uma bruxa zanzar por aí livremente.

 Ouka disse seu sermão metódico, Ikaruga e Usagi responderam:

 - Olhe a situação!! X2

 - O qu-! Por que vocês estão insinuando que eu não consigo ler a situação...? Não é lógico que como parte da Inquisição nós precisa-

 - E é por isso que eu não suporto esses estudantes cachorrinhos de professor. Além do mais, o próprio diretor disse que não precisamos aceitar a missão se não quisermos... Não vamos ganhar nem um ponto por isso mesmo e além do mais, nem somos oficialmente parte da inquisição.

 Daquela vez os argumentos de Usagi cortaram o raciocínio de Ouka com eficácia.

 - I-isso pode ser verdade mas...! Bem, eu também não gosto da ideia de escoltar uma bruxa, assim como vocês... Enfim, uma missão é uma missão!

 “Eu entendo a situação”, era o que ela queria dizer para se justificar.

 Porque as habilidades de comunicação de Ouka eram praticamente inexistentes, ela estava tendo dificuldades em se adaptar ao pelotão dos Zeros-à-Esquerda.

 Ainda que ela tivesse sido aceita por Ikaruga e Usagi, depois de ser taxada como uma garota densa por não saber ler nas entrelinhas, Ouka tentava o máximo para não fazer jus à reputação.

 - Se você pensa mesmo assim, peça para o diretor mudar a missão. Você é a filha dele, certo? Use as conexões pra algo de útil. É o mínimo de privilégio que você deveria ter, certo?

 Ouvindo aquilo de Ikaruga ,Ouka estava confusa.

 - S-se eu pudesse fazer isso, já teria feito. Aquele homem não vai se dobrar a nenhum pedido meu, ele nunca fez isso.

 - Aff... Você é meio imprestável, não? - Usagi suspirou

 Como esperado, o orgulho de Ouka falou mais alto e ela apontou para Usagi:

 - Você é a última pessoa que pode falar isso, Saionji!

 - Como é que é? Qual parte minha é imprestável?

 E como sempre, Usagi se enraiveceu.

 O pelotão dos Zeros-à-Esquerda seguia naquele dia como sempre. Takeru suspirou antes de olhar para Mari ao seu lado.

 “Bem, deixando isso de lado, o que há com a Nikaidou?”

 Como a primeira do programa de admissão, ela deveria ter entrado na academia com alguma empolgação. Porém, não importa com se veja, a atitude dela não era nem um pouco amigável.

 - Ei, Lapis... Você ouviu alguma coisa do Diretor a respeito da nossa protegida?

 Acostumada às brigas sem motivo, Lapis novamente se agarrou ao braço de Takeru como antes.

 Ela olhou para ele com aqueles olhos de vidro e inclinou a cabeça como um cachorrinho.

 - ............

 Takeru estreitou o olhar e entortou o pescoço também.

 - ............

 Em resposta, Lapis inclinou a cabeça para o outro lado.

 - .......... Você não ouviu nada, entendi.

 Como a confusão entre os membros parecia não ter fim, Takeru interveio. Apesar disto, Ouka e Usagi continuaram a discutir.

 Sem saber o que fazer, Takeru olhou para a direção de Mari.

 Antes que ele percebesse, Mari havia desaparecido.

 - Eh? Para onde ela foi?

 Depois de dizer aquilo, os outros membros olharam para onde ela estava a alguns instantes atrás.

 Passados três sólidos segundos, Ouka começou a entrar em pânico.

 - Kusanagi! Por que você não ficou de olho nela?

 - Ahn? É culpa minha?

 - Isso aconteceu porque você estava flertando com sua Herança Mágica!

 - Humm.. Desculpa.

 Apesar de não ser justo, ele se desculpou instintivamente.

 - Droga, Suginami e Saionji vão para o portão principal! Kusanagi, cafeteria; eu vou para o pátio!

 - Não é melhor ignorarmos a novata? Vamos deixar ela fazer o que quiser. – Disse Usagi em resposta.

 - Ei,ei. Quem é você pra ficar me dando ordens? – Retrucou Ikaruga.

 - Grrrrr... Kusanagi!

 A nervosa Ouka lacrimejava enquanto gritava com Kusanagi por nenhum motivo aparente.

 Significava “Você é o capitão, dê as ordens como um”.

 Takeru pensou por um momento e chegou à conclusão de que não poderia deixar as coisas daquele jeito.

 Mesmo sabendo que todos eram contra, uma missão era uma missão. Além do mais, não havia nenhum risco como o incidente com o Herói.

 Os resultados do pelotão não deveriam ser ruins.

 Takeru queria ver mais daquele raro momento em que Ouka lacrimejava, mas acabou dizendo a todos:

 - É como Ootori disse: essa é uma missão vinda diretamente do diretor. Vamos ter problemas se ela se perder. Posso entender como vocês se sentem, mas quero que todos façam do jeito que ela falou.

 Como sempre, era mais um pedido do que uma ordem.

 Usagi e Ikaruga se espalharam na procura de Mari.

 - *suspiro* Boa sorte pra vocês duas.

 Takeru deixou seus ombros caírem.

 E então, sua manga foi puxada.

 - O que foi, Lapis?

 Ele percebeu que lápis não estava se movendo e encarava um ponto no ar.

 - Hospedeiro.

 Parece que ela não o chamaria de “Onii-chan” quando não há outras pessoas por perto.

Takeru se surpreendeu ao notar que ele ficara um pouco decepcionado ao ouvir isso.

 - O consumo de energia foi acima do esperado. Recomenda-se a recarga imediata. Aproximando-se do limite de atividades em breve.

 - Hum? O que isso quer dizer? Você não tem nenhuma reserva de magia, certo?

 - Estou ciente. Magia não é necessária para as minhas funções. Explicarei a situação de forma facilmente compreensível.

 Logo depois de dizer isso,

 *brrbr*, ele ouviu um fofo e pequeno ruído vindo de Lapis.

 Olhando dentro dos olhos de Takeru com seus olhos vítreos, ela disse:

 - Minha barriguinha tá vazia.

 Takeru precisou comprar anpan e leite antes de procurar por Mari

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