TG35SS - Volume 2: A Luta da Bruxa - Uma Batalha Pela Esperança: Capítulo 5 - O Riso do Necromante [Parte 3]
Parte 3
A sirene sinalizando o início da partida soou.
Membros do pelotão dos Zeros-à-Esquerda se
espalharam para se posicionarem conforme o planejado.
Apesar de Mari ter começado a correr
bravamente assim como combinaram, Takeru segurou seu ombro.
- Hm? Qual o problema? A batalha já começou.
- ...Mari, não saia de perto de mim.
- Espera, isso não é diferente do plano? Eu
não deveri-
- Só venha logo!
Takeru falou com uma voz forte, Mari se
surpreendeu.
Ela não havia visto Takeru tão sério quanto
naquele momento. Ele falou através do comunicador:
- Usagi, mova-se como
o combinado. Vá para um ponto remoto longe de nós.
- hm?E-eu
sei disso! É assim que atiradores operam, é óbvio.
Depois o capitão cruzou olhares com Ouka, que
estava por perto.
Ela respondeu positivamente com a cabeça.
- O-o que é tudo isso? Que plano é esse?
- Você só precisa ficar do nosso lado. Vai dar
tudo certo.
Mari olhou para ele, fez uma careta e pensou:
“Mas ‘o que’ é que vai dar certo?”
Suor surgiu na testa de Takeru, ele começou a
olhar ao redor com nervosismo.
- Kusanagi, esse lugar está completamente
exposto par a audiência, melhor procurarmos cobertura nos obstáculos.
- Entendido!
- E-ei!
Ouka empurrou Mari pelas costas e o trio saiu
correndo à toda velocidade.
O capitão havia ficado bastante alerta e
estava sendo seguido por Mari, que obedecia sem saber o porquê.
Cinco minutos depois do início da partida.
Eles corriam pela arena e se escondiam da plateia ao se mover entre os pontos
cegos do cenário. Pouco depois, o grupo entrou em uma praça com chafariz que
lhes parecia familiar.
- ...ali. Confirmo a presença de cinco membros
do pelotão adversário.
Ouka reportava a situação do ponto de
cobertura.
- No outro lado da rua, na construção que
parece uma igreja... Uma pessoa na torre do sino, provavelmente um atirador. Na
entrada principal, outro elemento... aposto que ele está de tocaia. Outra
pessoa na fonte e mais duas escondidas nos escombros aos lados.
- Como vamos prosseguir?
- Sem tempo pra preparar uma investigação.
Nenhum plano me parece bom. No pior dos casos, eu estava pensando em sermos
todos atingidos de propósito e encerrar a partida mais cedo...
Observando de canto de olho para Ouka, Takeru
pousava sua mão no cabo de seu bastão de combate enquanto suava tensamente.
- Numa situação dessas, se a Valhalla atacar...
As coisas ficam feias pra nós, nem armamento temos.
- Trazer armas letais para a arena é proibido.
Sem chances de passar pela revista e pelos sensores. No caso de uma invasão, nós teremos que
invocar Devoradores de Relíquias. Ainda que as armas estejam no banco por
precaução, ninguém vai esperar até que recuperemos nosso equipamento.
Takeru e Ouka, ccom expressões faciais
terríveis, puxaram Mari para perto.
Ela estava espremida no meio dos dois e
aparentemente estava bem desconfortável.
- Ermm... Por que é que eu preciso ficar aqui
especificamente? E esse papo de armas letais é meio perturbador, o que houve?
Mari perguntou genuinamente, sem entender
nada.
Takeru, sem dar nenhuma resposta, apenas olhou
para ela.
- ...Você não precisa se preocupar com nada.
Nós com certeza vamos te proteger.
O capitão deliberadamente se esquivou de sua
pergunta.
“Não é hora de dizer a verdade para ela... Ela
só ficaria chateada.”
Mari não suportaria o peso da verdade que Ouka
havia lhe contado.
Se a circunstância fosse outra e eles pudessem
calmamente explicar a ela, talvez sua reação fosse diferente.
Pensando nesses detalhes, Takeru não se movia.
Insultos eram ouvidos da audiência.
- O que você tá fazendo? Lute!
- Quer matar a gente de tédio? Faça alguma
coisa!
- Cadê a sua coragem, seu covarde?
Ouvir provocações de uma arena inteira fez Takeru
ficar impaciente e irritado.
“Nesse ritmo não vai dar. Precisamos mudar de
local agora pra segurança da Mari”
Pouco depois de Takeru pensar,
- Kusanagiii!! Tá me achando com cara de
palhaço, é?!
No centro da arena, atrás da fonte, apareceu o
capitão do 15° pelotão de testes, Kirigaya Kyouya.
Kyouya, armado com um rifle de assalto,
encarou ferozmente Takeru, podia ser visto veias pulando de suas têmporas.
- Você quer mesmo lutar? Eu estou aqui pra te
estraçalhar de forma limpa e justa! Ou você quer ficar esperando a gente te
achar e esmagar como insetos?!
Ele se expos de propósito para provocar o 35°
pelotão.
Kirigaya Kyouya era, inesperadamente, aplicado
e sério. Com tendência de ser rude, aquele modo de agir era seu hábito.
Transparente e justo, sempre jogando limpo,
apesar de seu modo grosso, aquele era seu modo de ser.
O sentimento de nervoso se dissipava um pouco.
- Seria bom se nós levarmos alguns tiros e
saímos mais cedo... Mas isso provavelmente não daria certo.
- Não temos muito o que fazer... Temos que
pelo menos fingir que estamos tentando.
Takeru sorriu desajeitado, mas naquele
instante,
Um zunido passou pelo seu ouvido...
- Espere!
Takeru parou o avanço de Ouka e afiou a
audição.
Apesar de todo o ruído da audiência, ele
definitivamente havia ouvido algo.
*splish,splish* Fazia o som que lembrava
umidade e líquidos.
Ele olhou em volta do campo e checou as
posições que Ouka mencionara anteriormente, mas não encontrou as silhuetas
anteriores.
...Eles não estavam mais lá.
Além de Kyouya, nenhum dos membros do pelotão
oponente poderia ser visto.
- Mas que saco, viu? Ei, 35° pelotão! Não
atirem! Eu é que vou acabar com ele! – Berrou Kyouya para o comunicador.
Ao não ouvir resposta nenhuma de seu pelotão,
ele estreitou o olhar.
- Ei! Vocês conseguem me ouvir? Me respondam,
desgraça!
Daquela vez, o capitão do 15° pelotão gritava
a ponto de cuspir no aparelho, foi quando...
*Splrt*
Espinhos negros brotaram de dentro do estômago
de Kyouya.
- ...Ahn?
Kyouya olhou para seu abdome e testemunhou o
que havia acabado de acontecer.
No momento em que ele viu espinhos distorcidos
saindo de sua barriga, ele vomitou sangue.
Esses mesmos espinhos começaram a espiralar e
crescer em velocidade, na direção de Mari.
- <Soumatou (Lâmina Varre Magia)>!
(Nota de tradutor: em
japonês, a palavra Soumatou é homófona à palavra usada para descrever a “vida
passando diante dos olhos na beira da morte”)
Takeru imediatamente ativou <Soumatou> e
desembainhou a espada de treino em um único movimento fluído.
A lâmina pareceu compreender a trajetória dos
espinhos com maestria e as golpeou com força tremenda.
Todos os ramos afiados dançavam no ar e
levantavam ruídos que se pareciam com insetos chorando.
- ...O...que... é isso...?
Takeru estava confuso ao ver algo
inacreditável. Ele presenciou a queda de Kyouya à distância.
Aproximando-se por trás de Kyouya, um vulto
vinha das portas da igreja.
- N-não foi... Não fui eu...
A encarregada dos cuidados médicos do 15°
pelotão, Yoshimizu Akira.
No primeiro momento, Takeru não conseguiu
entender a situação em que ele se encontrava.
Yoshimizu estava
chorando. E o choro poderia ser ouvido
vindo de dentro da igreja, alcançando a praça.
E de dentro de seu corpo... Ondas e ondas de
espinhos brotavam e se extendiam.
- ..Yoshimizu...Você...
- E-eu não sei de nada! Não sou eu! Eu não estou fazendo nada!
- Então o que são essas coisas?!
- Não sei! Me ajuda, Kusanagi-kun...!
Depois de ouvir as preces comoventes de
Yoshimizu, não parecia que ela estava mentindo.
Mas não tinha como duvidar, aqueles
espinhos... certamente cresciam de dentro de seu corpo.
- O que eu deveria fazer...?
- Kusanagi! Faça Mari se abaixar!
- Mas e quanto a Yoshimizu?! E Kyouya?!
- Proteger a Nikaidou é a maior prioridade
agora! – Gritou Ouka.
Ainda assim, Takeru manteve o olho atento a
Yoshimizu. Simplesmente não havia como deixa-la sem ser salva.
- Kusa...Nagi...Kun... Aju...Da...
Tenuamente, Yoshimizu esticou a mão para ele.
Mas seu corpo todo lentamente começou a emitir
som e luz estranhos.
A refulgência se espalhou em um piscar de
olhos, partindo o corpo da garota.
- Kusa...Nagi...Ku-
- ...Yoshimizu!
Sem saber exatamente o que fazer, Takeru
estendeu a mão para ela.
No mesmo instante, todo o corpo da jovem se
rachou. Ele foi, literalmente, partido e feito em pedaços antes de ser esmagado
pelos galhos.
Depois disso, novos ramos espinhosos cresceram
e transbordaram para fora.
Uma visão bizarra: líquido e espinhos
espirraram do corpo de Yoshimizu.
Toda a massa expelida se enrolou e se
condensou em um enorme botão de flor.
Takeru, Os pelotões, a plateia e todos ou
outros ficaram completamente calados como se não houvesse mais nada no mundo
além daquilo.
Alguns segundos se passaram e o botão parou de
se desenvolver.
A estrutura desabrochou e pétalas rubras se
abriam gloriosas como a manhã.
De dentro da estranha florescência.
Com pétalas girando em torno, uma pessoa
vestida todo de preto...
- AAAAALEEEEEELUUUIAAAAAAAAAA!!!
A figura do feiticeiro apareceu subitamente no
meio da arena, quase como se fosse o apresentador do evento.
Imitando um dramaturgo em cena, O clérigo fez
uma pose exagerada para todos que o observava.
Ele olhou para o terreno com uma cara afogada
em ecstasy.
Adornado em espinhos, ele se curvou para a
audiência e depois, se curvou para cumprimentar Takeru e os outros.
- Prazer em conhece-los. Haunted, capitão da
tropa de batedores da <Valhalla(Culto Ilusório)>. Gostaria de participar
do Torneio de Batalhas Simuladas da Academia Anti-Magia! Se me fosse oferecido
uma salva de palmas eu ficaria terrivelmente grato.
Takeru não estava em condições de pensar
direito e travou com dificuldades para aceitar a situação.
A plateia não estava diferente, assim que aquele que se chamava Haunted apareceu, todos entenderam que ele era realmente um
feiticeiro.
Acompanhado por gritos desesperados, o caos se
espalhou em todo o recinto.
Quando um botão de flor gigantesco nasce de
dentro de uma garota e tal botão desabrocha apresentando uma pessoa, correr
para tentar escapar é justificável.
Haunted ria como um lunático ao ver o pânico
se espalhar.
- Hahahaha, Obrigado! Obrigado a todos! É
ótimo estar aqui com vocês!
Lentamente, ele se virou para Takeru.
- Bem, Vim te ajudar... Minha pequena Mari!
Ele sorriu gentilmente.
Calafrios intensos correram pela espinha de
Takeru mesmo que fosse apenas um sorriso.
- ..Q-quem... Por que... Meu nome...?
Mari criava distância, tentando manter
distância de Haunted.
- P-por que isso... O que está acontecendo?
Preocupada, Mari balbuciava sem entender o que
se passada. Parecia que ela estava prestes a sair correndo a qualquer instante.
Takeru se recompôs depois de escutar a voz de
Mari. Ele encarou Haunted com ferocidade.
O mago caminhou na direção dos dois, se
aproximando de Mari.
- O que há de errado, Mari-san? Você não
precisa ficar assustada, eu vim aqui para resgatar você.
- Não... Não chegue perto...!
- Aaah, mas esse seu rosto amedrontado também
é maravilhoso! Me dá vontade de abraçar. Nunca cheguei a fazer isso, mas deve
ser incrível. Quero te amedrontar ainda mais enquanto eu abraço você.
Ante ao seu sorriso congelante, Mari recuava
com lágrimas formando em seus olhos.
Haunted avançou mais outro passo, fantasmagórico
e assustador como o próprio ceifador. Takeru não poderia permitir isso. Ele se
pôs de pé naa frente de Mari.
Para protege-la.
- Ehe.... Hehehehehehe! Ah, que ótimo! Que
alegria! Essa é a primeira vez que eu vejo Mari-san com tanto medo de mim. Que
empolgante, eu mal consigo me controlar!
Mas Haunted não parou de caminhar.
Como se Takeru sequer existisse ali.
Haunted esticou a mão para alcançar Mari.
- Vamos, fique com mais medo de mim, por
favor. Daqui a pouco, nesse palco, meu show vai-
Nesse mesmo instante,
*Bang!*
Um estouro de arma de fogo rebombou e algo
penetrou o lado da cabeça de Haunted.
O clérigo cambaleou enquanto formava outro
sorriso perturbado.
A partir daquele único
tiro, um número absurdo de projéteis acertou o corpo do feiticeiro.
- Gah! Ugh... Argh!
As balas não paravam, dezenas delas
atravessavam e estraçalhavam Haunted.
Takeru se voltou para a arquibancada para
verificar o que estava havendo.
Ali, estava toda a Inquisição, armada, reunida
e pronta para atacar.
Comentários
Postar um comentário